A música constrói um retrato de um mundo onde a liberdade é cerceada, os valores são distorcidos, e o sofrimento se repete. Mas mesmo assim, o passarinho canta, há resistência, há voz, há arte. Ivan Lins e Vitor Martins usam a poesia para denunciar, emocionar e despertar.
Descrição sobre cada estrofe
O passarinho representa o ser humano ou o artista que, mesmo preso, continua a se expressar.
A gaiola simboliza a falta de liberdade, seja física, política ou emocional.
O verso sugere que a expressão plena só acontece em liberdade, e que o canto preso é um ato de resistência.
O marinheiro, figura ligada à liberdade e à vastidão, acorda para um mundo onde os elementos essenciais foram roubados.
O céu e o mar, símbolos de infinitude e esperança, foram tomados, uma metáfora para a perda de horizontes e de sonhos.
Pode ser lido como uma crítica à destruição dos valores fundamentais ou à manipulação da realidade.
O vigia representa a vigilância constante, o controle sobre o cotidiano.
A ausência de amanhecer indica que não há renovação, nem esperança — como se o tempo estivesse bloqueado pela repressão.
O amor, que deveria ser livre e iluminado, está alheio à escuridão imposta.
Uma crítica à inversão de valores, à aceitação do feio como belo, do falso como verdadeiro.
O verso sugere que erros do passado estão sendo repetidos, que a alienação persiste.
Expressa a dor coletiva, o sofrimento social.
A repetição indica que a história se repete, que o povo continua a sofrer pelas mesmas razões.