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domingo, 27 de outubro de 2024

Modernismo Brasileiro: Da Ruptura Cultural à Universalização Estética



O Modernismo brasileiro, iniciado com a Semana de Arte Moderna de 1922, trouxe uma renovação radical na literatura e nas artes do Brasil, rompendo com o tradicionalismo e incorporando novas estéticas e temáticas. Esse movimento é geralmente dividido em três fases, cada uma com características e autores distintos.


A Primeira Geração Modernista (1922–1930) é marcada pela ruptura com o passado, o nacionalismo crítico, a liberdade formal e o uso de uma linguagem coloquial. Esse período foi fortemente influenciado por autores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. A busca por uma identidade genuinamente brasileira é uma de suas principais marcas, evidenciada na obra “Macunaíma” de Mário de Andrade, que retrata o herói sem caráter como símbolo da complexidade nacional.


A Segunda Geração Modernista (1930-1945), ou Geração de 30, é mais introspectiva e socialmente engajada, refletindo as crises políticas e sociais da época, como a Grande Depressão e a ascensão de regimes autoritários. Há uma inclinação ao regionalismo, ao aprofundamento psicológico e à crítica social. Autores como Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos e Jorge Amado se destacam, trazendo uma literatura que explora a realidade brasileira de forma mais crítica e sofisticada.


A Terceira Geração Modernista (1945-1960) é conhecida por sua universalização e renovação formal, buscando novos caminhos estéticos e uma linguagem ainda mais livre e experimental. A poesia concretista e a prosa intimista surgem como tendências fortes. Autores como João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector e Guimarães Rosa são expoentes desse período, cada um explorando os limites da linguagem e da forma literária.


O poema “Elegia (1938)” de Carlos Drummond de Andrade é uma obra lírica e introspectiva que se caracteriza como uma elegia, refletindo um tom de lamento e reflexão existencial. Drummond, conhecido por sua visão pessimista e crítica da realidade, utiliza elementos modernistas como metalinguagem, verso livre e tom coloquial para expressar a angústia da existência humana e o desconcerto diante das mudanças e incertezas do mundo. O poema aborda a banalidade do cotidiano e a frustração do ser humano com a falta de sentido na vida moderna, alinhando-se às características do modernismo ao tratar de questões sociais e existenciais, em contraste com a arte puramente estética e formalista do passado.

 

Cláudia Forte.


Referências bibliográficas:

 Modernismo no Brasil: as três fases do movimento modernista. Disponível em: <https://www.normaculta.com.br/modernismo/>.

Modernismo no Brasil: Características e Contexto Histórico. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/modernismo-no-brasil-caracteristicas-e-contexto-historico/>.

‌ POEMA, P. C. F. U. Poema Elegia 1938, de Carlos Drummond de Andrade (com análise) | como fazer um poema. Disponível em: <https://comofazerumpoema.com/poema-elegia-1938-carlos-drummond-de-andrade/>.